Sushi e Mindfulness
O Cara-Metade está a fazer, na escola onde dá aulas, uma formação de Mindfulness, que entre outras coisas ajuda a focarmos a nossa plena atenção no momento presente: a pararmos, respirarmos, desligarmos o piloto automático e tomarmos consciência do que se passa.
Uma das vertentes do Mindfulness é a alimentação.
Quantos de nós comemos agarrados ao telemóvel ou a ver uma série no computador?
No fim se nos perguntarem a que é que sabia a nossa comida provavelmente sabemos responder o que é que comemos mas não a que é que os alimentos realmente sabiam.
Para colocar em prática esta alimentação em estado de consciência plena o Cara-Metade convidou-me para um Sushi Mindfulness no Sushi Lisboa, no Parque das Nações.
Não, não é nenhuma nova moda lançada por este restaurante, apesar de ser uma ideia até interessante (se alguém usar esta minha sugestão pelo menos mande-me uma mensagem a avisar ok?), simplesmente consistiu em irmos comer sushi sem estarmos sistematicamente agarrados ao telemóvel a ver notificações e mandar mensagens.
Pela primeira vez em muitos anos o Cara-Metade jantou com o telemóvel no casaco, longe de vibrações sistemáticas; já eu não o pude deixar longe de mim porque se não como é que tirava as fotos da praxe?, mas só o usei para esse fim.
Comer sushi é bom, mas saboreá-lo ainda é melhor, especialmente se for fresquinho e de qualidade como o do Sushi Lisboa.
Com opção de all you can eat (obviamente que foi o que eu pedi), o Sushi Lisboa é um espaço não muito grande mas bastante agradável, com um staff simpático e muito prestável.
Tenho a dizer que para mim a experiência começa no momento em que ligo a fazer uma reserva, e uma voz simpática e calorosa do outro lado da linha, que foi o que eu encontrei quando fiz a chamada, deixa-nos logo com um astral positivo e com um bom feeling relativamente ao restaurante.
A entrada foi um hot roll philadelphia, extremamente saboroso, com um molho assim fantástico mesmo a pedir que esfregássemos a nossa língua nele, mas como o decoro é algo ainda em voga no nosso país fiquei-me por passar o dedo e lambê-lo em seguida.
Serviram-nos de seguida três vezes uma boa variedade de peças de sushi e sashimi, e se tivéssemos espaço extra no estômago mais teriam vindo.
Comendo de uma forma consciente, parando para respirar e não engolindo peças estilo aspirador, consegui saborear ainda melhor as texturas de cada peça: a frescura da manga, a rica suavidade do peixe manteiga, o crocante da alga em camada dupla de um maki, o ligeiro picante do prato incógnita!
E o que é o raio do prato incógnita perguntam vocês?
Junto com o sushi e o sashimi serviram-nos uma pequena tigela com uma mistura de três peixes, salmão, atum e peixe-manteiga, marinados em citrinos e envolvidos numa mistura de especiarias japonesas.
Quando perguntámos o nome disseram-nos que havia quem o apelidasse de carpaccio, outros de ceviche, outros de tártaro....Como para nós não correspondia a nenhuma dessas opções ficou de prato incógnita!
A única coisa que eu mudaria no sushi do Sushi Lisboa seria o arroz, que precisava de estar ligeiramente mais seco para ser fenomenal. Estava muito bom é verdade, mas se conseguissem aperfeiçoar o arroz então teríamos um sushi para além de fenomenal.
Desafio-vos a quando visitarem o Sushi Lisboa desligarem os vossos telemóveis e focarem-se apenas nos sabores das peças que vos vão colocar à frente.
Aposto que vão descobrir que tudo é muito Umami!