Ruptura de Stock do Medicamento Sinemet : Informações e Alternativas
Atenção:
Toda a informação presente neste post não tem como objectivo substituir de forma alguma uma consulta com um médico neurologista.
A informação foi retirada de uma circular especial sobre o medicamento Sinemet enviada pelo CEDIME (Centro de Informação do Medicamento).
A minha intenção ao fazer esta partilha é tentar colmatar algum desconhecimento que possa existir acerca desta terapêutica e evitar que outras fontes menos fidedignas possam induzir em erros com complicações sérias.
Em momento algum a troca do medicamento Sinemet deve ser feita de forma auto-recreativa, será sempre o médico especialista a tomar essa decisão!
Peço encarecidamente para que todos aqueles que estejam a fazer terapêutica com este medicamento o favor de consultarem o seu médico especialista antes do término das embalagens de forma a poder-se atempadamente delinear uma estratégia terapêutica alternativa.
RUPTURA DE STOCK DE MEDICAMENTOS CONTENDO LEVODOPA + CARBIDOPA
A doença de Parkinson é a 2ª doença neurodegenerativa mais frequente, afectando cerca de 12,9 doentes por cada mil habitantes em Portugal.
É caracterizada por tremores em repouso, rigidez muscular, bradicinesia (lentidão de respostas físicas e psíquicas) e instabilidade postural e/ou de marcha, sendo que o tratamento da doença não consiste numa cura, mas no alívio ou atraso na progressão dos seus sintomas.
A terapêutica da doença é muito individualizada, com base na segurança e tolerabilidade do doente.
Doentes com doença de Parkinson avançada podem desenvolver flutuações motoras com perda do efeito da medicação antiparkinsónica antes da toma seguinte fazer efeito.
Deste modo, a avaliação médica e adequação da terapêutica é essencial uma vez que, com com a progressão da doença, existe uma necessidade de ajustar a medicação.
De uma forma geral os medicamentos comercializados em Portugal para a terapêutica da doença de Parkinson agrupam-se em diferentes grupos, de acordo com a forma de actuação, sendo os fármacos dopaminomiméticos (que mimetizam a dopamina) como a levodopa e os agonistas dopaminérgicos os mais eficazes e, por norma, muito utilizados.
A levodopa precisa de ser absorvida no tubo digestivo e transportada até ao cérebro para ser convertida em dopamina.
Para que este processo ocorra, sem que haja degradação da levodopa, é administrada em associação com benserazida ou carbidopa.
Os medicamentos contendo carbidopa + levodopa apenas são comercializados, nesta associação, por uma empresa que notificou a existência de ruptura de stock que afecta vários países.
Segundo o detentor destes AIMs (autorização de introdução no mercado) prevê-se que esta ruptura de stock se mantenha até ao primeiro trimestre de 2019.
De forma a mitigar o impacto da indisponibilidade deste medicamento para o tratamento da doença de parkinson e para que, caso o médico assim o decida, os doentes possam manter a terapêutica com levodopa e evitar escalar para outras alternativas o INFARMED divulgou orientações para os profissionais de saúde (as quais partilho aqui).
Espero que esta informação seja útil.
Se necessitarem de saber detalhes sobre outros medicamentos esgotados podem deixar-me a vossa mensagem neste post.
Caso queiram saber mais sobre as diferenças entre medicamentos genéricos e de marca podem espreitar aqui!