Maldita coisa sem nome
Não é ansiedade nem é depressão.
É uma espécie de angústia que me invade o corpo sem aviso, sem haver razão para tal, e de um momento para outro é como se tivessem desligado o interruptor que fornece energia ao meu corpo.
Fico sem vontade de fazer nada, nem física nem psicologicamente. Apenas apetece-me estar deitado, naquele limbo entre o sonho e o estar acordado, durante horas e horas a fio.
Esta maldita coisa sem nome que me visita sem convite toma conta de mim, faz-me entrar num estado de apatia surreal, é como se mais nada me interessasse enquanto ela não se vai embora.
Tenho vontades de mandar mensagem e dizer que não vou trabalhar durante 4 dias, inventar uma doença, um parente que morreu.
Obrigo-me a lavar os dentes, a tomar banho, a vestir roupa lavada, tal é o desinteresse que tenho por mim mesmo.
Sinto desprezo pela televisão, pelas revistas, apetece-me entrar dentro do blog só para o apagar e ter a libertação da morte.
Já que não posso morrer no plano físico pelo menos que experimente a alegria da morte virtual.
Durmo, durmo muito.
Apenas para acordar com a boca seca, a mente vazia, o corpo dormente e a alma transferida para outro receptáculo que não eu.
Maldita coisa sem nome, maldito distúrbio de neurotransmissores, maldito encantamento de inveja alheia, maldito inconsciente em eterno conflito, maldita o que é que quer que sejas ou que explicação te queiram dar.
Sinto-me simplesmente farto.
Farto destes dias onde tenho de sair e sorrir quando tudo o que me apetecia era cuspir na minha própria cara.