Desafio dos Pássaros #5 - Na fila do Purgatório
Em mais uma noite solitária
Gastava água no duche como um rei
Enquanto me masturbava vigorosamente
Pisei o sabonete e escorreguei
Ainda me tentei equilibrar
Mas terminei no chão estendido
Se a pila só ficou torcida
O pescoço esse acabou partido
Depois de uma eternidade em silêncio
Comecei a ouvir grande falatório
Abri os olhos no meio das trevas
Até dar com uma placa que dizia Purgatório
Merda, pensei eu de imediato
Como é que me vou safar desta situação?
Para piorar mais as coisas
Reparei que ainda estava com tesão!
À minha frente estava um homem
Com um cu bem delineado
Mas quando vi a farda militar e o bigodinho
Fiquei todo acagaçado
Era o Hitler que se queixava
Para o deixarem entrar em qualquer lado
Mas os Seres cósmicos intergalácticos
Diziam para ele ter paciência, que estava tudo lotado
Como aquilo me soou a treta
Avancei todo afoito
Não podia passar a minha vida ali
Muito menos sem um daqueles banquinhos de cartão da Expo 98
Comecei numa grande dissertação
Que o bem e o mal eram uma construção da sociedade
Que o Hitler podia ficar em qualquer sítio
E que das minhas varizes tivessem piedade
Os Seres olharam-me de cima a baixo
Mas quedaram-se na zona genital
E clamaram em alta voz
Que eu não devia estar morto com tamanho material
Desiste já do teu blog disseram eles
Esse não é o teu público demográfico
Vais voltar à vida
Mas tens que ir para a arte do filme pornográfico
Quando abri de novo os olhos estava vivo
Entusiasmado por entre as pernas ter um colosso
Fui a correr fazer um casting
Foi um balde de água fria, afinal não era nem grande nem grosso
Voltei para o duche e para a masturbação
Mas com um conselho para vocês minha gente
Optem pelo gel de banho
Fodam-se para o sabonete!